domingo, 31 de agosto de 2008

"Masturbação feminina"

Escrever sempre foi um hobby... Tenho pilhas e pilhas de coisas que acumulei durante anos. Quando se é muito jovem, normalmente nos sentimos envergonhados de mostrar o que escrevemos, a opinião dos outros vale muito mais do que a nossa. Já quando vamos envelhecendo (putz!!). Deixa eu reformular, embora conheço pessoas que não gostam que eu faça isso, mas tudo bem!!
Então continuando...

Quando amadurecemos, as coisas tomam um outro sentido e acabamos virando o chamado "sem vergonha" - não literalmente. Não importa muito se o que falamos vai chocar, se as pessoas vão rir ou se simplesmente vão nos achar ridículos. O importante é que com muita personalidade expressamos nossa opinião, sendo ela aceita ou não.
Lembro-me de um dos meus primeiros textos, procurei aqui no meio desta papelada toda, sei que está em algum lugar ( em um dos meus cadernos), mas não achei, queria escrever na íntegra a minha redação. Falava sobre masturbação feminina, bem vocês podem imaginar, uma adolescente com quinze ou dezesseis anos escrevendo sobre masturbação? Tudo bem... Hoje com toda a informação seria a coisa mais natural. Mas há alguns anos atrás (bem poucos), gerou um certo desconforto na sala de aula. Não para os alunos, mas para uma professora "carola" (coitada, que Deus a tenha).

Toda a turma recebeu como incumbência fazer uma redação com um tema livre. Isso era fantástico, afinal assim era muito mais fácil, pois podíamos escrever o que "desse na telha" - na cabeça. Como sempre gostei de escrever, sabia que isso seria moleza, mas queria escrever alguma coisa mais "inteligente". Fui até a biblioteca e comecei a garimpar alguns assuntos que me chamavam a atenção. Li muito sobre botânica, zoologia, biologia e cheguei ao corpo humano. Era isso, iria falar alguma coisa relacionado a mulher... Mas o quê? Comecei com aborto, passei pelo orgasmo e acabei em masturbação. Era isso, perfeito!!! Iria escrever sobre "masturbação". Tudo o que encontrei na literatura da época era muito "bobo", técnico... Não agradou aquela menina de dezesseis anos, era muito superficial, para não dizer babaca.

Com o tema na cabeça, agora bastava apenas desenvolver o texto, o que não era difícil também, bastava apenas criar um roteiro, ou seja, desenvolver uma história. Sentada no quarto, a noite, comecei a desenvolver meu texto (sem nenhuma maldade!!). Claro, devo confessar que ficou uma mistura - imaginação e realidade - mas de maneira que o leitor acabava se identificando e foi por isso que a casa caiu. Texto pronto, dia de aula normal (se é que posso dizer que aquele foi um dia normal) e uma professora prá lá de "carola". Antes de qualquer coisa, a professora já foi perguntando se todos haviam feito o texto e aliatóriamente (ou não - porque sempre achamos que os professores nos perseguem), ela foi perguntando o tema de cada aluno que chamava.

Os temas eram os mais variados, a cada título que eu ouvia me dava um frio na barriga. Era alguma coisa assim: "Meus pais", "Minhas férias", "Minhas amigas"... Vocês podem imaginar o que aconteceu quando eu, euzinha disse: "Masturbação feminina"? É isso mesmo!!! Os alunos perderam o fôlego de tanto rir e a "carola", bem ela além de vermelha (mais de raiva do que de vergonha), queria me fuzilar com um olhar tipo general nazista. Se eu já estava com um frio na barriga, naquele momento já estava toda borrada. Meu Deus... Estava perdida.
Comecei a pensar numa maneira de não dar tempo de chegar a minha vez de ler a redação, quando a "carola" falou:
- Coloquem suas redações aqui na minha mesa.
Ufa!!! Salvo pelo gongo pensei. Mas antes que pudesse realmente relaxar ela retrucou:
- Menos você Bia. Você vai ler sua redação para a turma.
PQP... Professora FDP está querendo me ferrar (é sempre isso que a gente pensa quando leva um ferro na escola ou quando tira zero na prova). Eu não podia acreditar nisso. Se só falando o título da minha redação foi aquela explosão de risos, imaginem quando eles ouvissem o que eu havia escrito. Não que o que estava escrito ali fosse qualquer mentira, pelo contrário. Mas acho que aquele não seria o local e muito menos o momento para tal leitura, sem falar na principal espectadora - a "carola".

Minha mãe sempre usou uma frase que eu nunca conseguia entender: "O que não tem remédio, remediado está". Naquele momento consegui interpretar rapidamente aquele ditado.
- Pode começar. Insistiu a bruxa. Sim, para mim ela já era o diabo naquelas alturas.
Puxei minha folhinha, olhei para a turma e comecei a ler. Não lembro exatamente o que escrevi, mas sei que inocentemente (imbecilmente) começava assim:
" A masturbação feminina é uma coisa muito natural, afinal porque somente os homens podem se masturbar? O prazer nasceu para todos."
As gargalhadas se espalharam, a bruxa colocou o caldeirão para ferver e eu... Bem eu fui parar na diretoria tentando convencer o diretor de que a minha redação não era pornográfica e sim educativa. Isso me custou uma tarde toda na sala dele, além de uma anotação que minha mãe deixou passar batido. Não... Não foi porque ela era uma mãe ausente ou descuidada. Eu é que era uma filha muito zelosa e não gostava de incomodá-la, por isso logo cedo aprendi a imitar (eu falei imitar e não falsificar) a assinatura dela. Desta forma a tal anotação nunca chegou nas mãos dela, assim como ela nunca teve conhecimento sobre a redação.
Sabe o que eu acho mais engraçado? A hipocrisia.

Por isso, quando a ex ministra disse: Relaxem e gozem. Muita gente ficou horrorizada, achou terrível... Ela não falou nada que as pessoas não conheçam ou não façam. Eu sei exatamente o que deve ter passado na cabeça dela, ou melhor na barriga. Coitada!!!
Hipocrisia duas vezes:
Primeiro porque mulheres também se masturbam sim... Tá certo naquela época talvez não se pudesse falar. Segundo só alcançamos o orgasmo se estivermos relaxados. Hoje também não se pode falar. Acho que precisamos quebrar alguns tabus... E devemos começar por nós mesmos!!!

sábado, 30 de agosto de 2008

Homens x Mulheres

Devo confessar que tudo que é do universo masculino me fascina.
Acho que os homens tem sempre os melhores papos, as melhores diversão, as melhores oportunidades, sempre podem fazer tudo (sociedade machista permite), se saírem sozinhos, mesmo que sejam casados ninguém repara... Enfim, eles tem algumas vantagens.

Mas na verdade, o que eu queria mesmo dizer é que os homens são mais leves, menos críticos. E isso faz com que suas conversas sejam muito mais divertidas (pelo menos para mim).
Certa vez estava numa mesa de um barzinho, na Gambôa - praia espetacular - e tinha um grupo de casais, que resolveram sentar-se em mesas separadas. Os homens juntaram-se em uma mesa e as mulheres em outra. Enquanto aguardava meu pedido, fiquei ouvindo as conversas.

Está certo... tudo bem!! Sei que você deve estar pensando que isso não é muito bonito de se fazer, mas não pude deixar de ouvir. As mulheres com aquela expressão mais dura falavam de filhos, serviços domésticos (ercaaa!!!), roupas, jóias, que fulana engordou, que beltrana estava velha, que o marido de uma era assim, outro era assado... Essas coisas que se pararmos para pensar não acrescentam uma vírgula em nossas vidas.

Já os homens... Nossa!!! Estes estavam soltos, riam e conversavam despreocupadamente, assim como se a vida nunca fosse passar. Falavam de pescaria, tempos em que a pesca era farta naquele povoado (acho que eram freqüentadores assíduos do local), os pássaros que ainda podiam ser encontrados por ali, infância - diversão de quando eram moleques - automóveis e claro o assunto principal - não... não eram as mulheres - mas o FUTEBOL. Ali me dei conta que talvez eu tivesse que ter nascido menino, porque veio-me a mente um filme de quando era criança e o quanto fui moleque.

É moleque sim, daqueles de subir em árvores, cair de bicicleta, porque até aprender demorou. Descer o morro com um carrinho chamado "carretão", de fabricação caseira, onde os freios eram os pés. E lógico, o famoso futebol no campinho enfrente de casa. Bem, claro que a maior parte do tempo eu ficava no banco, mas só o fato de estar ali, já me era gratificante. Por isso consigo entender por que um jogador de seleção se sente tão feliz quando é escalado, mesmo que seja para ser reserva e passar a Copa inteirinha no banco. Volto da minha viagem ao ouvir uma voz que me dizia:

- Com licença... Bom apetite!!
O garçom traz meu pedido - camarão ao bafo e uma cerveja estupidamente gelada. Eu posso agora almoçar, mas claro sem deixar de continuar ouvindo e prestando atenção naqueles personagens tão interessantes: Os homens.
Sou fã... Tiro o chapéu para vocês!!!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"ET fascinante"

De acordo com Wikpédia, ET - Extraterrestre ou Extraterreno refere-se a tudo que é de fora do planeta terra. A expressão comumente designa outros e seres vivos, inteligentes ou não, que vivam lá.
Há algum tempo atrás um amigo me disse que eu parecia um "ET", antes que pudesse ficar indignada com tal comentário ele rapidamente tratou de me dizer que não estava se referindo a minha aparência (o que me deixou extremamente feliz é claro!!!), e sim pelo fato de eu ser uma mulher que está sempre plugada em 220v, eletricidade total. Principalmente por não ter uma vida muito convencional. Comentário bastante compreensivo, partindo de um homem - machista sem dúvidas. Por um lado entendi, pois mulheres sozinhas (leia-se sem maridos) são comuns, porém mulheres sem namorados, sem ficantes, sem companheiro... Enfim, que não estejam de alguma maneira acompanhadas, tornam-se pessoas estranhas e logo vem o comentário: "Se está sozinha é porque tem algum defeito de fabricação".
Talvez seja difícil de compreender que pessoas possam viver sozinhas, felizes e muito bem obrigada!!!
Com isso, acabei me dando conta de que tudo o que foge ao convencional ou da compreensão das pessoas (mais tradicionais) acaba sendo rotulado como "ETs" ou seja, algo de outro planeta. Mas na verdade, quem nunca se sentiu assim, um ser totalmente fora da casinha? Portanto, se algum dia alguém disser que você se parece com um "ET", não fique triste. Saiba que estes seres, também são capazes de amar, pensar, sorrir, chorar, se decepcionar, sentir dor, sentir saudades, sofrer, acreditar... Tem as mesmas capacidades que qualquer outro que é "normal" dentro dos padrões e convenções da sociedade em que está inserido, tudo depende do ponto de vista do seu admirador.
Uma mesma espécie, os homens (macho), conseguem ter visão bem diferentes, e isso é o mais impressionante desta raça. Enquanto um me descreveu como um "ET", por me achar totalmente fora dos padrões convencionais para uma mulher, um outro me fez ganhar o dia dizendo que a palavra mais próxima que ele conseguia encontrar para me descrever era "fascinante". Realmente não posso deixar de dizer que ganhei meu dia!!
Take care.