domingo, 13 de fevereiro de 2011

Café com leite, pão e manteiga



Há muito tempo atrás - 10/09/2008 - escrevi sobre as calcinhas "beges" que deixam o seu parceiro sem nenhum apetite sexual (recomendo a leitura). Hoje estava conversando com uma amiga, que me disse acreditar que os homens só ficam excitados se a calcinha for sexy. Fiquei pensando, quantas mentiras existem em relação aos homens. Mas, voltando a declaração de minha amiga, resolvi ir buscar mais informação sobre esse assunto.

Sempre acreditei que a cor que mais excita os homens é a vermelha. Mas não é isso que diz, uma pesquisa realizada por uma marca inglesa de produtos de lavandeiria. Eles entrevistaram mais de dois mil homens e descobriram que a cor preferida é a preta. Porém eles responderam também, que o que mais os deixa excitados é a variedade de modelos, pois assim, podem imaginar que estão transando com uma mulher diferente a cada dia - fetiche.

Isso me fez lembrar minhas férias de 2002, quando em um acampamento conheci um casal muito interessante - Janice e Rogério. Eu cheguei no camping em um sábado no fim de tarde. O céu ameaçava uma chuva e eu tratei de procurar um lugar para montar a barraca. Embora uma barraca pequena - tipo iglu - ainda assim precisa de prática para montá-la e devo confessar que eu não era boa nisso. Diante da minha dificuldade, este casal - ele na verdade - se prontificou a me ajudar.

Em pouco menos de uma hora já estava com minha barraca montada, e tudo pronto para a minha primeira noite de aventura. Não precisaria de muita coisa, já que as refeições seriam feitas no restaurante do camping. Já os meus vizinhos, estavam em uma mini casa. Uma barraca com dois quartos, sala, cozinha e avance. Tinham tudo que se pode imaginar - de geladeira a microondas.

No dia seguinte, fui acordada pelo aroma de café, que lembrava o tempo da minha vó. Levantei e Janice prontamente me convidou para tomar o dejejum com eles. Fui me preparar e retornei para o café. Ela já havia colocado à mesa: Café com leite, pão e manteiga. Aproveitamos então, para nos conhecer melhor e contar um pouco de nossas vidas.

Os dias se passaram, e tomar o café da manhã com Janice e Rogério, passou ser uma rotina nos 20 dias que permaneci no camping. Normalmente ela acordava primeiro e eu acordava com aquele cheirinho que me transportava a um passado tão distante, mas ao mesmo tempo tão presente. Eu por minha vez, me ofereci diversas vezes para fazer as compras para o café da manhã, o que eles, sempre impediam. Mas me sentia sem graça, afinal estava tomando café todos os dias com eles e precisava participar das despesas.

Certa manhã, ao invés daquele cheiro inconfudível do café, fui acordada pelo bate boca entre Janice e Rogério. Fiquei na minha barraca e esperei que os ânimos se acalmassem e somente depois sai, Encontrei Rogério sentado no chão do avance da barraca. Dei bom dia e perguntei se queria conversar. Ele então me contou o motivo da briga. Disse que comentou com a esposa - Janice - que embora gostasse de suas calcinhas fio dental, ela poderia variar e fazer uso de outros tipos de calcinhas.
Só que ela não entendeu o seu comentário e o colocou para dormir no outro quarto da barraca. E que ao acordar o bate boca recomeçou. Ele mencionou ainda que explicou a ela, dizendo que é necessário fazer com que a relação esteja sempre aquecida e que de vez enquanto as mulheres devem inovar. Se não, os homens acabam se sentido como se acordassem para o café da manhã sabendo que teriam que comer o mesmo cereal todos os dias. Ele perguntou se eu concordava.

Eu dei um sorriso e disse que sim, que sabia exatamente como ele estava se sentindo. Sai dali, dizendo que precisava arrumar minhas coisas. Pois estava chegando a hora de ir embora. Voltei para minha barraca, arrumei minhas coisas e desmontei minha "casinha". Depois de colocar tudo no carro, fui até a "casa" de meus vizinhos me despedir. Janice já estava de volta e me parecia que as coisas estavam mais calma e que iriam entrar nos trilhos. Os abracei, desejei boa sorte, trocamos os nossos números de telefone e parti.

Entrei no carro e dei partida. Enquanto pegava a estradinha que me levaria até a avenida principal fui recapitulando a conversa com Rogério que me fez dar vários sorrisos. Suspirei aliviada e menos contrangida por meus pensamentos, que há tempos vinha tendo. Sabia como ele se sentia, pois na verdade nos últimos dias eu me senti assim todos os dias quando me acordava, mas agora longe dali eu podia assim como o Rogério desabafar e dizer em voz alta sem deixar isso somente no meu pensamento:
- Aff!! Café com leite, pão e manteiga - DE NOVO? - Ninguém merece.