Escrever sempre foi um hobby... Tenho pilhas e pilhas de coisas que acumulei durante anos. Quando se é muito jovem, normalmente nos sentimos envergonhados de mostrar o que escrevemos, a opinião dos outros vale muito mais do que a nossa. Já quando vamos envelhecendo (putz!!). Deixa eu reformular, embora conheço pessoas que não gostam que eu faça isso, mas tudo bem!!
Então continuando...
Então continuando...
Quando amadurecemos, as coisas tomam um outro sentido e acabamos virando o chamado "sem vergonha" - não literalmente. Não importa muito se o que falamos vai chocar, se as pessoas vão rir ou se simplesmente vão nos achar ridículos. O importante é que com muita personalidade expressamos nossa opinião, sendo ela aceita ou não.
Lembro-me de um dos meus primeiros textos, procurei aqui no meio desta papelada toda, sei que está em algum lugar ( em um dos meus cadernos), mas não achei, queria escrever na íntegra a minha redação. Falava sobre masturbação feminina, bem vocês podem imaginar, uma adolescente com quinze ou dezesseis anos escrevendo sobre masturbação? Tudo bem... Hoje com toda a informação seria a coisa mais natural. Mas há alguns anos atrás (bem poucos), gerou um certo desconforto na sala de aula. Não para os alunos, mas para uma professora "carola" (coitada, que Deus a tenha).
Toda a turma recebeu como incumbência fazer uma redação com um tema livre. Isso era fantástico, afinal assim era muito mais fácil, pois podíamos escrever o que "desse na telha" - na cabeça. Como sempre gostei de escrever, sabia que isso seria moleza, mas queria escrever alguma coisa mais "inteligente". Fui até a biblioteca e comecei a garimpar alguns assuntos que me chamavam a atenção. Li muito sobre botânica, zoologia, biologia e cheguei ao corpo humano. Era isso, iria falar alguma coisa relacionado a mulher... Mas o quê? Comecei com aborto, passei pelo orgasmo e acabei em masturbação. Era isso, perfeito!!! Iria escrever sobre "masturbação". Tudo o que encontrei na literatura da época era muito "bobo", técnico... Não agradou aquela menina de dezesseis anos, era muito superficial, para não dizer babaca.
Com o tema na cabeça, agora bastava apenas desenvolver o texto, o que não era difícil também, bastava apenas criar um roteiro, ou seja, desenvolver uma história. Sentada no quarto, a noite, comecei a desenvolver meu texto (sem nenhuma maldade!!). Claro, devo confessar que ficou uma mistura - imaginação e realidade - mas de maneira que o leitor acabava se identificando e foi por isso que a casa caiu. Texto pronto, dia de aula normal (se é que posso dizer que aquele foi um dia normal) e uma professora prá lá de "carola". Antes de qualquer coisa, a professora já foi perguntando se todos haviam feito o texto e aliatóriamente (ou não - porque sempre achamos que os professores nos perseguem), ela foi perguntando o tema de cada aluno que chamava.
Os temas eram os mais variados, a cada título que eu ouvia me dava um frio na barriga. Era alguma coisa assim: "Meus pais", "Minhas férias", "Minhas amigas"... Vocês podem imaginar o que aconteceu quando eu, euzinha disse: "Masturbação feminina"? É isso mesmo!!! Os alunos perderam o fôlego de tanto rir e a "carola", bem ela além de vermelha (mais de raiva do que de vergonha), queria me fuzilar com um olhar tipo general nazista. Se eu já estava com um frio na barriga, naquele momento já estava toda borrada. Meu Deus... Estava perdida.
Comecei a pensar numa maneira de não dar tempo de chegar a minha vez de ler a redação, quando a "carola" falou:
Comecei a pensar numa maneira de não dar tempo de chegar a minha vez de ler a redação, quando a "carola" falou:
- Coloquem suas redações aqui na minha mesa.
Ufa!!! Salvo pelo gongo pensei. Mas antes que pudesse realmente relaxar ela retrucou:
- Menos você Bia. Você vai ler sua redação para a turma.
PQP... Professora FDP está querendo me ferrar (é sempre isso que a gente pensa quando leva um ferro na escola ou quando tira zero na prova). Eu não podia acreditar nisso. Se só falando o título da minha redação foi aquela explosão de risos, imaginem quando eles ouvissem o que eu havia escrito. Não que o que estava escrito ali fosse qualquer mentira, pelo contrário. Mas acho que aquele não seria o local e muito menos o momento para tal leitura, sem falar na principal espectadora - a "carola".
Minha mãe sempre usou uma frase que eu nunca conseguia entender: "O que não tem remédio, remediado está". Naquele momento consegui interpretar rapidamente aquele ditado.
- Pode começar. Insistiu a bruxa. Sim, para mim ela já era o diabo naquelas alturas.
Ufa!!! Salvo pelo gongo pensei. Mas antes que pudesse realmente relaxar ela retrucou:
- Menos você Bia. Você vai ler sua redação para a turma.
PQP... Professora FDP está querendo me ferrar (é sempre isso que a gente pensa quando leva um ferro na escola ou quando tira zero na prova). Eu não podia acreditar nisso. Se só falando o título da minha redação foi aquela explosão de risos, imaginem quando eles ouvissem o que eu havia escrito. Não que o que estava escrito ali fosse qualquer mentira, pelo contrário. Mas acho que aquele não seria o local e muito menos o momento para tal leitura, sem falar na principal espectadora - a "carola".
Minha mãe sempre usou uma frase que eu nunca conseguia entender: "O que não tem remédio, remediado está". Naquele momento consegui interpretar rapidamente aquele ditado.
- Pode começar. Insistiu a bruxa. Sim, para mim ela já era o diabo naquelas alturas.
Puxei minha folhinha, olhei para a turma e comecei a ler. Não lembro exatamente o que escrevi, mas sei que inocentemente (imbecilmente) começava assim:
" A masturbação feminina é uma coisa muito natural, afinal porque somente os homens podem se masturbar? O prazer nasceu para todos."
" A masturbação feminina é uma coisa muito natural, afinal porque somente os homens podem se masturbar? O prazer nasceu para todos."
As gargalhadas se espalharam, a bruxa colocou o caldeirão para ferver e eu... Bem eu fui parar na diretoria tentando convencer o diretor de que a minha redação não era pornográfica e sim educativa. Isso me custou uma tarde toda na sala dele, além de uma anotação que minha mãe deixou passar batido. Não... Não foi porque ela era uma mãe ausente ou descuidada. Eu é que era uma filha muito zelosa e não gostava de incomodá-la, por isso logo cedo aprendi a imitar (eu falei imitar e não falsificar) a assinatura dela. Desta forma a tal anotação nunca chegou nas mãos dela, assim como ela nunca teve conhecimento sobre a redação.
Sabe o que eu acho mais engraçado? A hipocrisia.
Por isso, quando a ex ministra disse: Relaxem e gozem. Muita gente ficou horrorizada, achou terrível... Ela não falou nada que as pessoas não conheçam ou não façam. Eu sei exatamente o que deve ter passado na cabeça dela, ou melhor na barriga. Coitada!!!
Hipocrisia duas vezes:
Primeiro porque mulheres também se masturbam sim... Tá certo naquela época talvez não se pudesse falar. Segundo só alcançamos o orgasmo se estivermos relaxados. Hoje também não se pode falar. Acho que precisamos quebrar alguns tabus... E devemos começar por nós mesmos!!!
Por isso, quando a ex ministra disse: Relaxem e gozem. Muita gente ficou horrorizada, achou terrível... Ela não falou nada que as pessoas não conheçam ou não façam. Eu sei exatamente o que deve ter passado na cabeça dela, ou melhor na barriga. Coitada!!!
Hipocrisia duas vezes:
Primeiro porque mulheres também se masturbam sim... Tá certo naquela época talvez não se pudesse falar. Segundo só alcançamos o orgasmo se estivermos relaxados. Hoje também não se pode falar. Acho que precisamos quebrar alguns tabus... E devemos começar por nós mesmos!!!
4 comentários:
Esse blog tá ficando queeeeente...ahahah
Vai se empolgando, vai, Carmen Surfistinha...kkkk
ADOREEEEEEEI
Ps.: passa lá no meu, tem texto novinho.
bjuxxxxxxxxxxxx
ahuauuhaahu
certeza que a Dona Carola foi testar a 'receita' logo mais à noite.
auhahuauhahua
o assunto do texto é interssante, embora muitos não gostem de falar (pura hipocrisia), mas sobre a ex ministra acho que a situação não era propicia para dizer falar aquilo
Adoro blogs!
Adorei conhecer o seu Carmen.
Apesar que não concordei com tudo. Qdo vc falou da ex ministra, acho que o problema no caso dela, não foi a hipocrisia de quem a ouviu, e sim a falta de respeito que ela teve ao falar de um problema que deveria estar solucionado pela classe dela, os políticos.
O texto do Avai... Meu Deuss!!! Alias eu acreditooo!! LEÃOOOO EOOOOOOOO!!
Beijos!!!
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